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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A canção dos homens


Quando uma mulher, de certa tribo da África, sabe que está grávida, segue para a selva com outras mulheres e juntas rezam e meditam até que aparece a “canção da criança. Quando nasce a criança, a comunidade se junta e lhe cantam a sua canção.

Logo, quando a criança começa sua educação, o povo se junta e lhe cantam sua canção. Quando se torna adulto, a gente se junta novamente e canta.

Quando chega o momento do seu casamento a pessoa escuta a sua canção. Finalmente, quando sua alma está para ir-se deste mundo, a família e amigos aproximam-se e, igual como em seu nascimento, cantam a sua canção para acompanhá-lo na “viagem”.

Nesta tribo da África há outra ocasião na qual os homens cantam a canção. Se em algum momento da vida a pessoa comete um crime ou um ato social aberrante, o levam até o centro do povoado e a gente da comunidade forma um círculo ao seu redor. Então lhe cantam a sua canção.

A tribo reconhece que a correção para as condutas anti-sociais não é o castigo; é o amor e a lembrança de sua verdadeira identidade.

Quando reconhecemos nossa própria canção já não temos desejos nem necessidade de prejudicar ninguém.Teus amigos conhecem a “tua canção” e a cantam quando a esqueces.

Aqueles que te amam não podem ser enganados pelos erros que cometes ou as escuras imagens que mostras aos demais.

Eles recordam tua beleza quando te sentes feio; tua totalidade quando estás quebrado; tua inocência quando te sentes culpado e teu propósito quando estás confuso.”


sábado, 24 de dezembro de 2011

O ESPÍRITO DO IGUALITARISMO PRESENTE NO CRISTIANISMO ORIGINAL, DESEJO A TODOS UM FELIZ NATAL!



O ESPÍRITO DO IGUALITARISMO PRESENTE NO CRISTIANISMO ORIGINAL, DESEJO A TODOS UM FELIZ NATAL!



por Antonio Carlos Mazzeo, quinta, 23 de Dezembro de 2010 às 15:22

Gostemos ou não, a festividade do Natal traz em seu núcleo o aspecto positivo da redenção humana. Na mitologia cristã, Jeová quando manda seu filho à terra, o faz com o sentido magnânimo do perdão. Até então, na visão ideo-religiosa hebráica, os homens iam aos templos imolar cordeiros para livrarem-se de seus pecados. O sentido cristão recompõe a lógica Mosaica. Agora, é o próprio deus que imola seu filho para a redenção da humanidade! Esse é um grande passo para a construção de uma identidade igualitária de caráter universal, ainda que mística. O revisionismo cristão do judaísmo coloca como filho de deus todo aquele que aceita sua palavra, quer dizer, a nova cosmologia ideo-religiosa que se desprende do mundo romano em decadência. Agora, todos são eleitos de deus, não há mais um "povo ungido". Cristo aparece como o cordeiro de deus que livra os pecados do mundo. Como afirma o apostolo Paulo, ou melhor, Shaul de tarso - o judeu revisionista e helenizado, o cidadão romano que difunde a nova religião no Ocidente - , "já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem, nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus" (Bíblia, Gálatas,II, 28).

Paulo e mais tarde os filósofos cristãos Clemente de Alexandria e seu discípulo Orígenes lançam as bases de uma concepção igualitária que mesmo sendo mística abre as possibilidades de se pensar o outro como portador dos mesmos direitos e deveres. Podemos dizer, no entanto, que essa foi a saída possível para os oprimidos, após a derrota das revoluções dos escravos, principalmente da emblemática rebelião liderada por Spartacus, em 73 a.C. A igualdade já não seria desse mundo, mas sim encontrada no reino deus - como afirma Shaul/Paulo de Tarso:" Nós, porém, somos cidadãos dos céus [...]” – idem,  Filipenses, III, 20. De qualquer modo estava lançada uma noção que sem dúvida, pode ser considerada revolucionária. Não esqueçamos que no mito, Cristo nasce numa manjedoura (lugar onde comem os animais) de um estábulo e que os apóstolos viviam coletivamente dividindo o pouco que possuiam!

O legado igualitário, mais tarde será reprocessado ideologicamente  pela burguesia revolucionária e depois, superado pelo projeto comunista. Para os burgueses a igualdade continua mística mas, agora, não está no céu e sim no Estado, uma estrutura burocrático-ideológica que administra as relações sociais do capitalismo através do mito da democracia burguesa e da igualdade formal garantida por um "Estado democrático de direito" que defende o direito hegemônico da burguesia.
Para os comunistas, a igualdade radicalizada aprofunda a democracia a limites nunca vistos, possibilitando a construção de uma sociedade mais que igualitária, a sociedade dos produtores associados, a sociedade comunista, sem opressores e oprimidos, sem exército, sem o Estado e de plena liberdade.

Muitos cristãos (assim como judeus e islâmicos, etc) adotam o projeto revolucionário do comunismo, não como uma perspectiva mísitca de realização no "outro mundo", mas como uma possibilidade racional de civilidade humana. Esses religiosos devem ser respeitados e tratados como membros do projeto de emancipação humana que nós comunistas defendemos.
E se tornaram revolucionários porque foram radicais, no sentido marxiano de se ir à raiz das coisas. Na raiz do cristianismo, todos somos iguais e todos merecemos um mundo sem exploração do homem pelo homem. No cristianismo original não havia a pompa do poder, mas culto da solidariedade e o da divisão do pão e do vinho!
No espírito do igualitarismo profundo dos primeiros cristãos, desejo a todos um Feliz Natal! 


domingo, 18 de dezembro de 2011

Tchaikovsky Piano Concerto N°1 - 1st Movement, part 1 - Denis Di Marco

Pink Martini - Splendor in the Grass | Official Music Video

Carmen 1: Svetlana Zakharova

Adeus Cesária Évora


Adeus Cise, vais deixar sodade.

A cantora cabo-verdiana Cesária Évora morreu hoje, aos 70 anos, no Hospital Baptista de Sousa, na ilha de São Vicente, Cabo Verde, por “insuficiência cardiorrespiratória aguda e tensão cardíaca elevada”.
A notícia foi confirmada à agência Lusa pelo diretor clínico do hospital, que explicou que a morte ocorreu por volta das 11h20. Alcides Gonçalves disse ainda que desde que Cesária deu entrada no hospital esteve internada nos serviços de cuidados intensivos “com um quadro muito complexo”.
“Durante este período, ela alternou momentos de lucidez com momentos de inconsciência e esteve sempre acompanhada pelo seu empresário José da Silva”, acrescentou.
A “diva dos pés descalços”, como a imprensa se referiu muitas fez a Cesária Évora, nasceu há 70 anos na cidade do Mindelo, na ilha cabo-verdiana de S. Vicente no seio de uma família de músicos.
Numa das muitas entrevistas que deu, certa vez, afirmou: “Tudo à minha volta era música”. O pai, Justiniano da Cruz, tocava cavaquinho, violão e violino, instrumentos que se tornaram característicos daquelas ilhas, o irmão, Lela, saxofone, e entre os amigos contava-se o mais emblemático compositor cabo-verdiano, B. Leza.
“Cise” como era carinhosamente tratada pelos amigos, tornou-se no nome mais internacional de Cabo Verde, país de onde o mundo conhecia já grandes músicos como Luís Moraes e Bana.
Desde cedo que Cesária Évora se lembrava de cantar, como referiu numa das muitas entrevistas que deu: “Cantava ao ar livre nas praças da cidade para afastar coisas tristes”. Aos 16 anos canta nos bares da cidade e nos hotéis começando a ganhar uma legião de fãs que a aclamavam já como “rainha da morna”.
A independência da nação africana, em 1975, coincide com o início de um “período negro” da cantora que deixa de cantar, tem problemas com o alcoolismo e trabalha noutra área.
Em 1985 a convite de Bana, proprietário de um restaurante e uma discoteca com música ao vivo em Lisboa, Cise vem a Lisboa e grava um disco que passou despercebido à crítica, seguindo para Paris onde é “descoberta” e daqui, como aconteceu com outros cantores, partiu para os palcos do mundo.
Em 1988 grava “La diva aux pied nus”, álbum aclamado pela crítica. Nesta fase da sua carreira tem um papel fundamental, que se manteve até ao final, o empresário francês José da Silva.
Em 1992 Cesária Évora gravou “Miss Perfumado” e aos 47 anos torna-se uma “estrela” internacional no mundo da world music, fazendo parcerias com importantes músicos e pisando os mais prestigiados palcos.
Uma carreira internacional que passou várias vezes por palcos portugueses cujas salas esgotavam para ouvir, entre outros êxitos, “Sôdade”.
Em 2004 recebeu um Grammy para o Melhor Álbum, de world music contemporânea pelo disco “Voz d’Amor”. “Cise” não pára e continua em sucessivas digressões, regressando de quando em vez à sua terra natal.
“Eu preciso de quando vez da minha da terra, do povo que sou e desde marulhar das ondas”, confidenciou certa vez à Lusa.
A cantora começa a enfrentar vários problemas de saúde e alguns “sustos” como afirmava, mas regressava sempre aos palcos e aos estúdios com alegria.
Em 2009 o Presidente francês Nicolas Sarkozy entrega-lhe a medalha da Legião de Honra, depois de uma intervenção cirúrgico que a levou a temer pela vida.
Cesária voltou aos estúdios e anunciou não só uam digressão como a gravação de um novo que deveria sair no próximo ano.
No dia 24 de Setembro, numa entrevista ao Le Monde, a cantora afirma que tem de terminar a carreira por conselho médico. A sua promotora, Tumbao, emite um comunicado confirmando as declarações da “diva dos pés descalços”, e dando conta da tristeza que sentia por ter de o fazer.
Nesse mesmo dia ao princípio da tarde a cantora é internada no hospital parisiense de Pitie-Salpetriere, por ter sofrido “mais um acidente vascular cerebral (AVC)”. A Tumbao emitiu nesse mesmo dia um comunicado dando conta que o diagnóstico clínico da mais internacional artista cabo-verdiana era “reservado”.
Aos 70 anos, completados no passado 27 de Agosto, e após uma curta visita a Lisboa onde pediu para passear a pé pelo bairro de São Bento, Cesária Évora morreu em Paris.Ao longo da carreira, além das inúmeras digressões e actuações em televisões, gravou 24 álbuns, um DVD, “Live in Paris”, e registou dezenas de colaborações em discos.

Fonte: Publico

Cesária Évora - Sodade (Live)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011


Traduzir-se
Ferreira Gullar 

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte
- será arte?

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Protógenes busca assinaturas para a CPI da "Privataria" Tucana


Hoje, trago a vocês um texto do índio Quechua, Chamalú. Os Quechuas são uma civilização aborígene sul americana, que foi tida como líder dos Incas, um dos impérios mais bem estruturados, com uma tradição oral muito rica.

No texto, que é muito belo, o índio ressalta tudo aquilo que é bom em nossas vidas, declarando-se vivo por poder vivenciar e ter em si o amor e a felicidade. A linguagem é leve, contada de um jeito envolvente e harmonioso.

Declaro-me Vivo!
Chamalú (Índio Quéchua)

Saboreio cada momento. Antigamente me preocupava quando os outros falavam mal de mim. Então fazia o que os outros queriam, e a minha consciência me censurava.

Entretanto, apesar do meu esforço para ser bem educado, alguém sempre me difamava. Como agradeço a essas pessoas, que me ensinaram que a vida é apenas um cenário! Desse momento em diante, atrevo-me a ser como sou.

A árvore anciã me ensinou que somos todos iguais. Sou guerreiro: a minha espada é o amor, o meu escudo é o humor, o meu espaço é a coerência, o meu texto é a liberdade.

Perdoem-me, se a minha felicidade é insuportável, mas não escolhi o bom senso comum. Prefiro a imaginação dos índios, que tem embutida a inocência.

É possível que tenhamos que ser apenas humanos. Sem Amor nada tem sentido, sem Amor estamos perdidos, sem Amor corremos de novo o risco de estarmos caminhando de costas para a luz. Por esta razão é muito importante que apenas o Amor inspire as nossas ações.

Anseio que descubras a mensagem por detrás das palavras; não sou um sábio, sou apenas um ser apaixonado pela vida.

A melhor forma de despertar é deixando de questionar se nossas ações incomodam aqueles que dormem ao nosso lado. A chegada não importa, o caminho e a meta são a mesma coisa. Não precisamos correr para algum lugar, apenas dar cada passo com plena consciência.

Quando somos maiores que aquilo que fazemos, nada pode nos desequilibrar. Porém, quando permitimos que as coisas sejam maiores do que nós, o nosso desequilíbrio está garantido. É possível que sejamos apenas água fluindo; o caminho terá que ser feito por nós.

Porém, não permitas que o leito escravize o rio, ou então, em vez de um caminho, terás um cárcere. Amo a minha loucura que me vacina contra a estupidez. Amo o amor que me imuniza contra a infelicidade que prolifera, infectando almas e atrofiando corações.

As pessoas estão tão acostumadas com a infelicidade, que a sensação de felicidade lhes parece estranha. As pessoas estão tão reprimidas, que a ternura espontânea as incomoda, e o amor lhes inspira desconfiança. A vida é um cântico à beleza, uma chamada à transparência.

Peço-lhes perdão, mas…. DECLARO-ME VIVO!

Como vocês podem ver a riqueza e a sabedoria deste texto é imensa. Nele, o índio se declara vivo, com todas as suas potencialidades, admirando a beleza da vida e a suavidade que cada momento pode ter.

Para mim, ele é um texto inspirador, que ressalta nossa felicidade, nosso amor e nossa harmonia no viver, mesmo com todas as pedras no caminho ou com aquelas pessoas que nos criticam. É, também, um chamado para nossa real liberdade, de sermos quem realmente somos e potencializarmos nosso ser e nossa luz!

Pense nisso e deixe que a luz, o amor e a felicidade se expanda em sua vida. Declare-se vivo, amado ser de luz!

Uma ótima vida para todos,

Namastê,

Pedro Michepud

sábado, 10 de dezembro de 2011

Prenderam 73... agora somos milhares lutando de uma vez!

Mercedes Sosa & Pablo Milanés - El tiempo, el implacable, el que pasó

Cansado


QUINTA-FEIRA, 8 DE DEZEMBRO DE 2011


Cansado

Estou cansado de me esforçar para ser agradável.

(...)

Tem dias que levanto com o firme propósito de pular o dia. Ainda não estou preparado para viver. Quero trabalhar sem ser notado. Invisível. Por favor, que ninguém puxe conversa, que nenhuma reunião seja marcada, que ninguém olhe nos meus olhos e pergunte se estou bem. Deixem eu causar o mínimo de impacto e voltar. Saio já esperando a noite: vou jantar, ver algum filme que já vi e dormir. Muito. Talvez amanhã eu esteja pronto. Talvez eu continue encolhido por um mês.

Gustavo Gitti, Confissões

A paixão segundo G.H.


A paixão segundo G.H.

E não me esquecer, ao começar o trabalho, de me preparar para errar. Não esquecer que o erro muitas vezes se havia tornado o meu caminho. Todas as vezes em que não dava certo o que eu pensava ou sentia - é que se fazia enfim uma brecha, e, se antes eu tivesse tido coragem, já teria entrado por ela. Mas eu sempre tivera medo de delírio e erro. Meu erro, no entanto, devia ser o caminho de uma verdade: pois só quando erro é que saio do que conheço e do que entendo. Se a "verdade" fosse aquilo que posso entender - terminaria sendo apenas uma verdade pequena, do meu tamanho.

A verdade tem que estar exatamente no que não poderei jamais compreender. E, mais tarde, seria capaz de posteriormente me entender? Não sei. O homem do futuro nos entenderá como somos hoje? Ele distraidamente, com alguma ternura distraída, afagará nossa cabeça como nós fazemos com o cão que se aproxima de nós e nos olha de dentro de sua escuridão, com olhos mudos e aflitos. Ele, o homem futuro, nos afagaria, remotamente nos compreendendo, como eu remotamente ia depois me entender, sob a memória da memória da memória já perdida de um tempo de dor, mas sabendo que nosso tempo de dor ia passar assim como a criança não é uma criança estática, é um ser crescente. (...)

Clarice Lispector, A paixão segundo G.H. (1964). Rio de Janeiro: Rocco, 2009, p. 110.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

FOME


DOAÇÃO DE ALIMENTOS



Clique Alimentos: um serviço gratuito de doação


Uma proposta muito interessante para aproximar as empresas e cidadãos comuns em prol da doação de alimentos para famílias carentes vem sendo apresentada pelo Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul. Através da campanha “Clique Alimentos”, a entidade já conseguiu arrecadar e distribuir mais de 1,5 milhões de quilos de alimentos por mais de 16 cidades do próprio estado e também do Rio de Janeiro.
O site da campanha possibilita o internauta a escolher uma cidade, escolher uma empresa,  clicar no botão ao lado “Clique e doe” e pronto. O seu clique é gratuito, pois uma das 152 empresas patrocinadoras fazem a doação por você, tendo em troca as suas marcas expostas como parceiras do site.
A proposta é inovadora e vez se mostrando muito eficiente nos seus dois anos de existência. As famílias recebem os alimentos através das 730 entidades cadastradas no programa do próprio Banco de Alimentos RS, e as empresas podem facilmente se cadastrarem pelo site da campanha. Cada clique (doação) pode ser feito a cada quinze minutos e o doador pode optar também pelo modo randômico, onde o “Clique Alimentos” identificará as instituições mais necessitadas no momento e direcionará um quilo de alimentos diretamente para a mesma.
Faça parte dessa corrente e compartilhe a notícia com seus amigos, pois com apenas um clique você pode melhorar a condição de vida de muitas pessoas. Acesse aqui o site!


Zé Miguel Wisnik e Luciana Alves - DNA

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Emozioni - Lucio Battisti


Seguir con gli occhi un airone sopra il fiume e poi
ritrovarsi a volare
e sdraiarsi felice sopra l'erba ad ascoltare
un sottile dispiacere
E di notte passare con lo sguardo la collina per scoprire
dove il sole va a dormire
Domandarsi perche' quando cade la tristezza
in fondo al cuore
come la neve non fa rumore
e guidare come un pazzo a fari spenti nella notte
per vedere
se poi e' tanto difficile morire
E stringere le mani per fermare
qualcosa che
e' dentro me
ma nella mente tua non c'e'
Capire tu non puoi
tu chiamale se vuoi
emozioni
tu chiamale se vuoi
emozioni
Uscir dalla brughiera di mattina
dove non si vede ad un passo
per ritrovar se stesso
Parlar del piu' e del meno con un pescatore
per ore ed ore
per non sentir che dentro qualcosa muore
E ricoprir di terra una piantina verde
sperando possa
nascere un giorno una rosa rossa
E prendere a pugni un uomo solo
perche' e' stato un po' scortese
sapendo che quel che brucia non son le offese
e chiudere gli occhi per fermare
qualcosa che
e' dentro me
ma nella mente tua non c'e'
Capire tu non puoi
tu chiamale se vuoi
emozioni
tu chiamale se vuoi
emozioni 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Zélia Duncan e Lenine Certas coisas

Se Me EsqueceresQuero que saibas

Sabes como é:
se olho
a lua de cristal, o ramo vermelho
do lento outono à minha janela,
se toco
junto do lume
a impalpável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva para ti,
como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fosse pequenos barcos que navegam
até às tuas ilhas que me esperam.

Mas agora,
se pouco a pouco me deixas de amar
deixarei de te amar pouco a pouco.

Se de súbito
me esqueceres
não me procures,
porque já te terei esquecido.

Se julgas que é vasto e louco
o vento de bandeiras
que passa pela minha vida
e te resolves
a deixar-me na margem
do coração em que tenho raízes,
pensa
que nesse dia,
a essa hora
levantarei os braços
e as minhas raízes sairão
em busca de outra terra.

Porém
se todos os dias,
a toda a hora,
te sentes destinada a mim
com doçura implacável,
se todos os dias uma flor
uma flor te sobe aos lábios à minha procura,
ai meu amor, ai minha amada,
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor alimenta-se do teu amor,
e enquanto viveres estará nos teus braços
sem sair dos meus.

Pablo Neruda, in "Poemas de Amor de Pablo Neruda"

A DANÇA

Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo secretamente, entre a sombra e a alma.
.
Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascender da terra.
.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo directamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
.
Se não assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
Pablo Neruda

Poesia - DEUS COMUNISTA

Poesia - DEUS COMUNISTA

MEUS DEUS É COMUNISTA


Essa é minha oração

Por Miriam Pacheco da Silva Seixas


Deus! Hoje faria uma oração diferente,

Talvez quem a escute ache que é de uma descrente.

Mas em segredo Lhe revelo o que pra mim Tu és.


Tu, Deus, pra mim é comunista.

Disso tenho certeza, pois no comunismo acredito,

como acredito na criação do firmamento.

E se alguém disser que sou louca por isso dizer,

Direi não. Para mim Deus comunista há de Ser.


Deus! Porque isto afirmarei?

Afirmarei por que O vejo... Glorioso Deus,

que Tu está em tudo que vejo.

Está nos raios de sol que invade grutas e matas.

Está na maravilha do amanhecer e ao surgir a escuridão do anoitecer.

Está nas gotas de orvalho que cai na terra e em milagre faz germinar

uma semente, sinal de vida.


Está ainda, em gestos singelos, de seres sinceros,

que acreditam na igualdades dos povos,

e no direito comum para todos.

E com sinceridade, pratica o bem sem olhar a quem.


Tu! Ó Deus!

É tão comunista, que a nós, suas criaturas,

nos fez a sua imagem e semelhança,

e Tu és tão comunista que ainda disse: " façamos",

Tu dividiu sua obra com os demais entes divinos.

E pra nos resgatar deu seu filho unigênito

para ser nosso primogênito.

De criaturas nos fez filhos.


É um pai amoroso, como é um comunista.

Respeita a individualidade de cada criança sua.

Por isso, nos deu o livre arbítrio.

E ainda digo mais...


Se não fôssemos, nós, homens errados,

De Ti aprenderíamos a lição, amar ao próximo

em qualquer condição.


Mas erramos demais e demais pecamos,

e mesmo assim Tu és paciente,

nos espera confiante.


E nos fez uma promessa:


Nos dará novos céus e nova terra.

E, acredito Meu Deus, que isso só se dará

Se o ser humano em Ti espelhar,

E, na Nova Jerusalém do Céu,

Todos então, comunistas serão.


Amem!           

Deixa eu lhe amar livremente




Por que o receio? É medo, ou coisa que o valha? Saiba então minha querida, que de medos ando cheio, qualquer deles me atrapalha. Não posso amar sozinho? Quem disse isso, amorzinho? Isto é fogo de palha!
Tem tanta gente no mundo que cada vez mais se atrapalha, dando palpites, conselhos ou qualquer coisa que valha... Acho graça destes tipos. Em tudo metem o nariz. “Quem é você que não sabe o que diz?”. Ah, Noel quanta sabedoria, nos bares, serestas escondidas da luz do dia. Foi livre destes ares cheios de tanta hipocrisia... Não teve esses azares.
E eu, o que faço? Fico sujeito às normas? Ninguém se livra delas, sempre existe quem conteste as formas despidas que tenho e tão repetidas são, não existe quem não as ateste...
Que tenho eu com isto? Não, eu não desisto deste destino ingrato, é ele o meu prato que vou digerir, até fique farto.
Pergunto outra vez, docemente, sem nenhum rancor na mente, por que este ardor eu tenho de amar tão livremente?
Alguma maldição? Creio que não. Por favor, me dê a mão...
Não posso ficar sozinho, tenho medo deste espinho que se chama solidão!


Pablo Neruda : As Satrapias




Nixon, Frei e Pinochet, até hoje, até este amargo mês de setembro do ano de 1973. Com Bordaberry, Garrastazu e Banzer, hienas vorazes de nossa história, roedores das bandeiras conquistadas com tanto sangue e tanto fogo, atolados em suas riquezas, depredadores infernais, sátrapas mil vezes vendidos e vendedores, atiçados pelos lobos de Nova York, máquinas famintas de dores manchadas no sacrifício de seus povos martirizados, prostituídos mercadores do pão e do ar americano, imundos, carrascos, manada de prostibulários caciques, sem outra lei que a tortura e a fome continuada do povo.

*tradução de Paulo Monteiro
*trata-se do último poema escrito por Neruda

“As redes sociais não farão a revolução. As pessoas que as usam sim”

“As redes sociais não farão a revolução. As pessoas que as usam sim”





Por Diângeli Soares

No último dia 06 de Julho, Caxias do Sul recebeu uma visitante especial: A blogueira e jornalista cubana Norelys Morales Aguilera, criadora do blog “Islamia” e promotora dos "Blogueros y Corresponsales de la Revolución", uma rede virtual criada em 2005 e que já conta com mais de mil membros, em pelo menos trinta países. “O Blogueros y Corresponsales de la Revolución é um competidor do facebook” diz Norelys. “Não podemos esquecer que por trás das redes sociais está a ideologia. Nenhuma ferramenta é neutra”.

As duras críticas da blogueira ao Facebook são dirigidas à crescente simbiose entre a rede e a Casa Branca. Desde o sucesso de Chris Hughes, co-fundador do Facebook, nas eleições que elegeram Barack Obama em 2008, a aproximação entre os democratas e a marca só cresceu. Como era de se esperar, esta parceira tem explicação econômica: Um dos principais interesses do Facebook junto ao governo americano é conter o avanço de políticas contra a invasão de privacidade. As informações pessoais dos usuários do facebook são uma peça chave para o desenvolvimento de grandes ações publicitárias, uma vez que permitem o mapeamento de hábitos e preferências do público em geral. Em um mundo dominado pelo consumismo, em que a propaganda desempenha um papel central, o acesso a estas informações é, antes de tudo, uma questão de muito dinheiro. Daí o interesse da rede em parcerias junto ao poder.

Jantar de OBAMA com empresários da área da tecnologia.
Outra crítica da cubana é em relação ao próprio conceito de “rede social”. Norelys afirma que as redes sociais não são invenção, tampouco propriedade dos mega empresários da Internet. “Rede Social” é qualquer instrumento que a agregue e congregue pessoas. E ainda que reconheça a potencialidade destas novas tecnologias, Norelys alerta contra ilusões: As redes sociais, por si só, não farão a Revolução, assim como os jornais e a televisão não a fizeram. Em outras palavras, a comunicação não substitui a organização. O trabalho militante, na vida real, é mais necessário do que nunca.

Yoani Sanches

Norelys não poupa críticas à sua compatriota, Yoani Sanches. Em seu blog, “Islamia”, estampa uma foto bem grande da contra-revolucionária com os dizeres: “Indigência intelectual. Made in USA”. Norelys afirma que Yoani é um exemplo de como o bloqueio midiático contra cuba é um bloqueio qualificado: As notas oficiais do governo cubano desmentindo acusações infundadas nunca passam pelo bloqueio da mídia internacional. Já as idéias de uma simples cidadã - entre milhões de outros simples cidadãos - são recebidas como verdades incontestes. É como se qualquer um de nós fosse eleito a “voz da razão” em nossos países. Pena que não aceitam as nossas criticas ao capitalismo com a mesma facilidade com que aceitam as críticas de Yoani ao socialismo cubano...

Acesso a internet em cuba

Perguntada quanto ao acesso à internet em Cuba, a blogueira conta que o país inteiro possui o equivalente a quatro cybercafés da cidade de São Paulo. Ou seja, o acesso é ínfimo. Entretanto, ao contrário do que muitos podem imaginar, o pouco acesso à internet no país não é fruto da política de segurança nacional do governo cubano e sim do bloqueio econômico imposto pelos EUA. Os EUA simplesmente não permitem que a tecnologia chegue à Cuba. “É como amarrar uma pedra no corpo de uma pessoa, jogá-la na piscina e depois dizer que ela morreu porque não sabia nadar. É isso que os americanos fazem conosco".

Entretanto, no que se refere a este assunto, Norelys finaliza com uma boa notícia: Uma pareceria selada entre cuba e governo da Venezuela permitirá, em breve, a expansão da banda larga no país. A expectativa para os próximos anos é de cada vez mais cubanos na rede. Tudo graças à solidariedade bolivariana.