Hoje, trago a vocês um texto do índio Quechua, Chamalú. Os
Quechuas são uma civilização aborígene sul americana, que foi tida como líder
dos Incas, um dos impérios mais bem estruturados, com uma tradição oral muito
rica.
No texto, que é muito belo, o índio ressalta tudo aquilo que
é bom em nossas vidas, declarando-se vivo por poder vivenciar e ter em si o
amor e a felicidade. A linguagem é leve, contada de um jeito envolvente e
harmonioso.
Declaro-me Vivo!
Chamalú (Índio Quéchua)
Saboreio cada momento. Antigamente me preocupava quando os
outros falavam mal de mim. Então fazia o que os outros queriam, e a minha
consciência me censurava.
Entretanto, apesar do meu esforço para ser bem educado,
alguém sempre me difamava. Como agradeço a essas pessoas, que me ensinaram que
a vida é apenas um cenário! Desse momento em diante, atrevo-me a ser como sou.
A árvore anciã me ensinou que somos todos iguais. Sou
guerreiro: a minha espada é o amor, o meu escudo é o humor, o meu espaço é a
coerência, o meu texto é a liberdade.
Perdoem-me, se a minha felicidade é insuportável, mas não
escolhi o bom senso comum. Prefiro a imaginação dos índios, que tem embutida a
inocência.
É possível que tenhamos que ser apenas humanos. Sem Amor nada
tem sentido, sem Amor estamos perdidos, sem Amor corremos de novo o risco de
estarmos caminhando de costas para a luz. Por esta razão é muito importante que
apenas o Amor inspire as nossas ações.
Anseio que descubras a mensagem por detrás das palavras; não sou
um sábio, sou apenas um ser apaixonado pela vida.
A melhor forma de despertar é deixando de questionar se
nossas ações incomodam aqueles que dormem ao nosso lado. A chegada não importa,
o caminho e a meta são a mesma coisa. Não precisamos correr para algum lugar,
apenas dar cada passo com plena consciência.
Quando somos maiores que aquilo que fazemos, nada pode nos
desequilibrar. Porém, quando permitimos que as coisas sejam maiores do que nós,
o nosso desequilíbrio está garantido. É possível que sejamos apenas água
fluindo; o caminho terá que ser feito por nós.
Porém, não permitas que o leito escravize o rio, ou então, em
vez de um caminho, terás um cárcere. Amo a minha loucura que me vacina contra a
estupidez. Amo o amor que me imuniza contra a infelicidade que prolifera,
infectando almas e atrofiando corações.
As pessoas estão tão acostumadas com a infelicidade, que a
sensação de felicidade lhes parece estranha. As pessoas estão tão reprimidas,
que a ternura espontânea as incomoda, e o amor lhes inspira desconfiança. A
vida é um cântico à beleza, uma chamada à transparência.
Peço-lhes perdão, mas…. DECLARO-ME VIVO!
Como vocês podem ver a riqueza e a sabedoria deste texto é
imensa. Nele, o índio se declara vivo, com todas as suas potencialidades, admirando
a beleza da vida e a suavidade que cada momento pode ter.
Para mim, ele é um texto inspirador, que ressalta nossa
felicidade, nosso amor e nossa harmonia no viver, mesmo com todas as pedras no
caminho ou com aquelas pessoas que nos criticam. É, também, um chamado para
nossa real liberdade, de sermos quem realmente somos e potencializarmos nosso
ser e nossa luz!
Pense nisso e deixe que a luz, o amor e a felicidade se
expanda em sua vida. Declare-se vivo, amado ser de luz!
Uma ótima vida para todos,
Namastê,
Pedro Michepud
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