Deputado federal Protógenes Queiroz
(PCdoB-SP) pede detalhes sobre processo encaminhado à Procuradoria-Geral da
República em 2009 que contém relações de Carlinhos Cachoeira com políticos
MURILO RAMOS
O deputado federal Protógenes
Queiroz (Foto: José Cruz/ABr )
Na quarta-feira (21), o
deputado federal delegado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) encaminhouofício ao
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em que solicita informações
sobre a existência de “deputados, senadores, ministros e autoridades” na quebra
de sigilo telefônico de um processo originado na Vara Federal de Anápolis (GO)
em 2008. Queiroz também questiona Gurgel se o processo foi encaminhado ao Supremo
Tribunal Federal (STF), casos em que senadores, deputados e ministros são
investigados em função da prerrogativa de foro privilegiado.
De acordo com reportagem do jornal
O Globode sexta-feira (23), a Polícia Federal interceptou ligações telefônicas
entre o bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira- preso
durante a Operação Monte Carlo da PF há quase um mês - e o senador Demóstenes
Torres (DEM-GO). Nas conversas, Demóstenes pede R$ 3 mil a Cachoeira para pagar
uma empresa de táxi-aéreo e repassa informações sobre reuniões mantidas no
Executivo, Legislativo e Judiciário. As conversas captadas pela PF reforçam as
ligações de Cachoeira com o senador. ÉPOCA já havia revelado que Demóstenes
ganhara um aparelho de rádio, habilitado nos Estados Unidos, exclusivo para
conversar com Cachoeira, além de uma geladeira e um fogão.
·
Roberto Gurgel, procurador-geral da União (Foto:
Renato Araújo/ABr)
O relatório da Polícia Federal, em
que também são citados os deputados goianos Carlos Alberto Leréia (PSDB) e
Sandes Júnior (PP), foi encaminhado à PGR em setembro de 2009. Desde então,
Roberto Gurgel não tomou nenhuma providência. É responsabilidade de Gurgel
decidir se pede ao STF a abertura de inquérito contra Demóstenes Torres e os
outros parlamentares citados no processo.
Por meio da assessoria de imprensa
da Procuradoria-Geral da República, o procurador Roberto Gurgel afirmou que o
processo “ficou sobrestado, pois havia uma relação com outra investigação ainda
em curso”. Ainda de acordo com a PGR, o material que chegou em 2009 foi juntado
ao material relativo à Operação Monte Carlo. Quanto aos pedidos de informações
provenientes de parlamentares, a PGR não deverá atendê-los. “São informações
cobertas pelo sigilo e, portanto, não temos como informar o conteúdo desse
material”, afirmou a assessoria de imprensa da PGR.
Nenhum comentário:
Postar um comentário