Esta não é
uma segunda feira comum. Estamos vivendo o dia seguinte da barbárie cometida na
comunidade do Pinheirinho!
O que vimos
foi uma operação de guerra contra uma população de trabalhadores, crianças e
idosos. Dois mil policiais militares, carros blindados, helicópteros, uma
aparato repressivo maior do que o utilizado na invasão da favela da Rocinha, no
Rio de Janeiro, onde foram empregados mil e quinhentos homens.
O que
ocorreu de fato, nessa área de grande valor comercial, foi uma intervenção do
governo estadual contra interesses populares e a favor da especulação
imobiliária. Uma operação de legalidade duvidosa e objetivamente desnecessária,
já que estavam em curso negociações para resolver os rumos de uma ocupação de
oito anos, inclusive um acordo entre os representantes da massa falida do
especulador Naji Nahas e os moradores do Pinheirinho, como informa o secretário
da presidência da república, Gilberto Gustavo de Carvalho Rocha, hoje no jornal
Folha de São Paulo.
É de se
perguntar (e investigar com rigor) porque a pressa em retirar os moradores, com
determinação de ferro e fogo, por parte de Alckimn e da "justiça" de
São Paulo, que chegou às raias da insanidade. No despacho que ordenou a
invasão, a juíza Márcia Loureiro, afirma "repelindo-se qualquer óbice que
venha a surgir no curso da execução, inclusive a oposição de corporação
policial federal" (cf. FSP de
23/01/012) , ou seja, que a PM poderia
reprimir e entrar em confronto com as forças policiais federais! Outro fato que
merece um destaque e como no caso da juíza, uma investigação do Ministério
Público, é o assessor de Ivan Sartori, presidente do STJ de São Paulo que
mandou cumprir a ordem da juíza Márcia loureiro, ser o magistrado Rodrigo
Capez, por "acaso" irmão do
deputado tucano e base de apoio de Alckmin, Fernando Capez!
Alckim, ao
optar pela truculência e ao tratar mais uma questão social como "caso de
polícia" reafirma seu compromisso com o retrocesso político e com os
interesses do capital e de seus representantes. Por outro lado, tragicamente,
Dilma, finge estar interessada, mas não ordenou cessar a agressão a
trabalhadores e a seus familiares. Como lemos na nota do PCB sobre a invasão
policial no Pinheirinho, essa é a expressão de uma política que criminaliza os
movimentos sociais.
No momento
em que escrevo essas anotações, vejo na TV que a resistência continua. E vai
continuar, no Pinheirinho, nas ruas da cidade e em todo o país. Tudo indica que
2012 será um ano difícil para o governador Alckim. Os Movimentos Sociais e os
trabalhadores não darão trégua a seu governo retrógrado.
Na opção
entre o céu e o inferno, o devoto governador, homem da Opus Dei, ficou com os
interesses do capital e mergulhou gostosamente na caldeira do diabo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário